Costumeiramente me perguntam quanto custa a preparação para concursos e muitos me procuram contando que não estão estudando porque não têm condições de comprar todos os livros e apostilas que existem no mercado para os concursos para os quais estão se preparando.
O candidato vai gastar dinheiro com cursos, livros, taxas de inscrição, deslocamento para o curso, etc. Isso é um fato. Há cálculos que falam em 10, 15, 20 mil reais, até mais, mas não acho que esse valor seja definitivo. Existem cargos para nível fundamental, por exemplo, em que o custo de tudo é menor, desde o cursinho até a apostila, e independente do concurso para o qual você esteja se preparando, não precisa comprar absolutamente tudo do mercado para ele. De forma que não há como precisar o montante do gasto sem considerar esses fatores e, em especial, quanto tempo a pessoa vai passar estudando. O fato é que este valor, qualquer que seja, não pode ser encarado como um gasto, mas sim como um investimento que tem um retorno certo: sua aprovação.
Dizem que se alguém acha caro o custo do conhecimento é porque ainda não parou para pensar no custo da ignorância. A Bíblia diz, em Provérbios cap. 3, versos 13 e seguintes, para investirmos em sabedoria e conhecimento, pois a sabedoria traz vida longa, riquezas e honra, sendo o melhor investimento que se pode fazer. Posso dizer, da minha experiência como concurseiro e especialista, que a orientação é correta. Os concursos proporcionam emprego estável, honroso, com boa remuneração e que permitem excelente qualidade de vida. Em suma, o “prêmio” pelo esforço e investimento é recompensador.
O investimento vale, mas volta a questão: e aqueles que não têm dinheiro? Alguns sortudos têm um familiar que banca os estudos, e isso é bom. Outros precisam trabalhar para se manter. Estes, embora com menos tempo, em geral são mais responsáveis e grande parte da lista dos aprovados. Existem também as bolsas de estudo, algumas em troca de trabalho nos cursinhos, as bibliotecas, os livros emprestados e assim por diante. Algumas dicas para quem está controlando as despesas são não fazer todos os concursos que são lançados e usar a internet a seu favor, procurando provas antigas e videoaulas gratuitas.
Dito isso, o candidato deve ter em mente que o concurso é um projeto de longo prazo, que deve ser levado com sabedoria, determinação e paciência. Com a quantidade certa de tempo e trabalho, todos que “pagam o preço” chegam lá. O investimento terá retorno garantido não só materialmente, mas em qualidade de vida, tranqüilidade e bem-estar.
William Douglas é juiz federal, professor universitário, palestrante e especialista em provas e concursos
FONTE: Diário do Nordeste. Fortaleza, Ceará – Domingo, 18 de março de 2012.