segunda-feira, 29 de agosto de 2011

LEIA E APRENDA A TAMBÉM SER NOTA DEZ NO ENEM

E AS NOSSAS CIRCUNSTÂNCIAS


Manda o manual do (suposto) bom dissertador que ele dilua suas convicções pessoais sob o véu dos impessoalíssimos verbos em terceira pessoa e das generalizações, tudo em nome da credibilidade. E eu, cá do alto da minha vigorosa juventude, já começo contra-argumentando que essa é uma atitude que nos afasta do exercício pleno da cidadania.
Ser cidadão é, essencialmente, reconhecer a realidade que nos cerca, além de assumi-la; de modo que, conscientemente se possa adotar o brasão existencialista: “eu sou eu mais minhas circunstâncias”. Assim como o jovem Sartre declarou ser a II Guerra Mundial a sua guerra, é preciso ter garra assumir a responsabilidade sobre a guerra civil da desigualdade que existe hoje no Brasil e em várias partes do mundo, e partir para a ação.
Qualquer ser pensante com mais de dois neurônios é um questionador. O problema são as modalidades de dúvida: há dúvida passiva, que, tudo somado, aceita a ordem que vige; por fim, há o indivíduo que apresenta o “patológico” caso de dúvida ativa. Felizmente, é desse grupo de jovens, poetas e dementes que saem aqueles que reconhecem sua função social, que desejam interferir, cada qual à sua maneira. Tome o caso de um renomado oftalmologista paulistano que, no auge da sua carreira, é contaminado pelo germe da cidadania e, num grande complexo hospitalar público, atende e fornece cerca de 20000 pares de óculos de grau para crianças carentes. Imagine quantos miguilins, gratos, tiveram suas visão de mundo modificada!
Deste modo, fica patente que função social todo mundo tem; que os escritores escrevam, que os estudantes pesquisem, que os AAs continuem, junto com o Greenpeace, a fazer essa Terra um pouquinho melhor, cada qual em sua esfera de ação. Pois a decisão está tomada, nem que seja a de deixar o mundo acontecer a nossa volta.

FONTE: REVISTA DO MEC